quarta-feira, 10 de setembro de 2008

EDUCAÇÃO NA IDADE MÍDIA: A RECONFIGURAÇÃO DA ESCOLA NO ESPAÇO URBANO




Na sociedade em que vivemos, é visível o poder e a influencia da
mídia e seus veículos, analisando a questão educação, surgem alguns
questionamentos ? porquê a educação hoje não ocupa o mesmo espaço de
destaque que a mídia?, será que a nidia é mesmo um produto de elite e
não pode ser usado pela educação ?
.Como podemos aproveitar os formatos emergentes de mídias interativas
para aperfeiçoar o processo de aprendizagem?

A divulgação do conhecimento científico na mídia faz com que o
cidadão comum, seja ele criança, jovem ou adulto, tome contato cada
vez mais freqüente com o mundo da ciência, sem se dar conta do papel
estratégico que ela ocupa nas sociedades modernas.
O mais grave, porém, face à utilização da mídia na sala de aula, é a
reprodução
desse conhecimento veiculado pelos jornais, revistas, rádio, televisão
e Internet, sem uma visão crítica do processo de produção da ciência,
tecnologia e inovação. Troca-se, assim, a experimentação, a pesquisa
para a construção do conhecimento pela representação da informação
científica construída culturalmente pela mídia, em detrimento do
aprendizado cidadão.

"A circulação da informação desmistificada, analisada, interpretada,
tem o poder de acabar com o fetiche da mercadoria, da religião do
consumo. A relação com os meios de comunicação não pode se dar de
maneira unívoca. No mundo da informação rápida, fragmentária, a ilusão
do conhecimento provoca uma busca desenfreada por notícias que,
veiculadas de forma apressada, pasteurizada, descontextualizada,
prometem soluções rápidas para os problemas que afligem a humanidade"
(CALDAS, 2003:76).

"Aprender a aprender", ensinava Paulo Freire. "Saber pensar",
complementa Pedro Demo. Como, porém, "aprender a aprender" e "saber
pensar"? Os caminhos são inúmeros. Entretanto, todos eles, não
importam os atalhos ou percursos realizados, o fundamental é manter a
curiosidade pelo conhecimento, ensinar a fazer perguntas, a pensar, a
desenvolver argumentos, sejam eles contrários ou favoráveis ao tema em
estudo. Nessa perspectiva, o jornalismo deve contribuir além da
divulgação.

Outra possibilidade pouco explorada pelos professores , apesar da
utilização dos meios de comunicação na Educação ser hoje uma realidade
incontestável, são as ferramentas da comunicação para o aprendizado.
Ainda são embrionários os projetos que usam essas ferramentas como
meio. Não se trata, obviamente, de refletir sobre o uso das
tecnologias da comunicação na sala de aula, mas da utilização criativa
dos recursos e procedimentos da produção da notícia para o processo de
aprendizado.
Trata-se, portanto, não só de dar voz aos excluídos, garantindo assim
o acesso aos meios de comunicação, como principalmente garantir, no
caso do conhecimento, o compartilhamento do saber para um aprendizado
cidadão. Ao possibilitar a alfabetização científica de crianças e
jovens com o uso dos recursos tecnológicos da comunicação, é possível
usar a Educação para a promoção da cidadania. Não se trata apenas de
ensinar os conceitos das diferentes áreas, necessários na educação
formal, mas usar na educação informal os conceitos adquiridos na
escola e reconstruí-los, em formato jornalístico, para uma reflexão
dos conteúdos.
Como explica Freinet, a imprensa é um dos recursos mais ricos e
produtivos no processo de construção da narrativa, momento em que a
criança pode explicar a experiência vivida. Desta forma, pode ser
usada para a construção do conhecimento científica de forma lúdica e
cooperativa.E continua:


Com base na percepção das crianças de que o aprendizado da ciência
deve ser pela experimentação, pesquisa, brincadeira, e na filosofia e
postura de vários educadores como Freire, Demo, Freinet, que ressaltam
a importância do fazer para aprender, é necessário ampliar,
criativamente, as ferramentas da comunicação e suas múltiplas
linguagens, numa perspectiva educativa, criando jornais, revistas,
programas de rádio, TV ou Internet.
Aprender ciência fazendo ciência e reescrevendo ciência, utilizando
para isto diferentes linguagens, recursos e suportes da Comunicação,
seja imprensa (jornal, revista) ou eletrônico (rádio, TV e Internet).
Possibilitar que as crianças e jovens usem as técnicas narrativas
"emprestadas" do Jornalismo como forma de apreensão do mundo da
ciência, seus feitos, suas contradições é uma forma criativa e
estimulante de aprendizado. Aprendizado da ciência real e não a
ciência idealizada.

Assim podemos ver que a tecnologia existe,porem a educação como vem
sendo feito ao longo da historia, não desenvolve a tecnologia para uso
de sua necessidade e sim se apossa das tecnologia desenvolvidas por
outros setores da sociedade e utiliza a serviço de sua rotina.

Abraço
Paulo Negrao - comunicador e pedagogo.

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