quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Um trem, alunos e lembranças

A educação é aquilo que nos resta depois de esquecermos de tudo que nos foi ensinado - Michel Hummer

Um trem desgovernado não tem freio, direção e nem domínio. É como um trem desgovernado um aluno que não quer estudar, ele está nos trilhos da educação, vem para sala de aula, mas não tem freio, direção e nem domínio.

As conversas são ocas, as mentes ociosos, os vagões sem carga ou passageiros, parecem que nem importam-se se chegam ou não ao destino final. O ócio acadêmico proporcionado por uma total falta de interesse próprio prejudica o processo na sala de aula. É evidente o quanto alguns querem algo mais e outros não estão sem qualquer ânimo, essa viagem é um descarrilhar de inóspitas conjecturas infantes.

Pensar dói. Escrever é um sacrifício. Verbalizar é até fácil, mas ouvir o som de lata vazia é cruel.

O que fazer agora? Qual atitude tomar diante da periclitante geração do ócio traspassa o irreal/virtual para o cotidiano? A pós-modernidade trouxe o fast-tudo, tudo é fácil, tudo é rápido, tudo é absorvido sem criticidade. Como ser professor eficaz em meio a tudo isso?

É preciso romper a cultura do meu, o império do light (fácil, leve, informal e sem importância) essa cultura mata por inanição, asfixia por monóxido de carbono ignóbil. A presença do espírito pós-moderno que anestesiou os sonhos e utopias mata a memória e os princípios norteadores da sociedade. Tudo pode, tudo cabe, tudo tem seu público. O lema é: No Stress, é isso mesmo, relaxe e deixe viver. Faltam referências mais significativas capazes de atrair o jovem para fora de si e refletir sobre a vida.

Educação é princípio. Então princípios neles. Os princípios básicos da vida relacionados na consciência coletiva preponderantes na sociedade são: Amor, respeito, responsabilidade e honestidade.

Acho que estou meio azedo, mas ainda vejo esperança em meio a um estômago ácido por causa da refeição de menosprezo pelo saber. Mas acendo minha fé militante, de apostar pela vida, de colocar-me a serviço da dinâmica da existência humana.

Preocupado, mas confiante que ainda vai restar algo depois de esquecermos do que nos foi ensinado.

carnondantas

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